O Conexão Futura, programa jornalístico do Canal Futura, abordou na última sexta-feira (17) a temática da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, ação promovida pelas Pastorais da Juventude. A problemática foi discutida com especialistas e a participação, ao vivo, do coordenador nacional da Campanha que, por telefone, relatou também as ações já realizadas em defesa da vida dos jovens brasileiros.
No primeiro bloco um dos entrevistados foi o assessor de políticas públicas para a juventude de São Leopoldo (RS), José Fagundes. Segundo ele, o município tem abordado a Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens debatendo não só a violência física, mas também a falta de acesso a políticas públicas eficazes.
“É um apelo da sociedade que o jovem trabalhe muito cedo. Nós queremos discutir a lógica da política pública que possibilite ao jovem estudar e se qualificar mais para que ele, quando entrar no mercado de trabalho, não caia no subemprego”, disse Fagundes.
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Questionado se o uso do termo “extermínio de jovens”, como proposto pela Campanha das Pastorais, não seria uma expressão muito forte, outro entrevistado do programa, o subsecretário de Estado de Direitos Humanos do Rio de Janeiro, Pedro Strozemberg, concordou que “de fato é uma palavra forte que retrata uma situação grave e preocupante que a gente vive”.
Strozemberg explicou que a violência é o problema que bate mais forte hoje no Brasil para as diferentes faixas etárias. Segundo ele, quem mais sofre com essa realidade é a juventude. “Neste sentido eu diria que segurança é um tema central, decisivo, principalmente para a juventude mais pobre. No entanto, a resposta não precisa ser só no campo da violência. Ao contrario, é preciso que as políticas públicas sejam de proteção de defesa, de promoção de direitos”.
Em sua participação no Conexão Futura, o coordenador nacional da Campanha, Felipe da Silva Freitas, explicou que a iniciativa tem estimulado ações locais em todo o país. “A campanha realizou centenas de audiências publicas, iniciativas de diálogo com o poder público para a construção de medidas de prevenção da violência, grandes ações de rua que tiveram como objetivo ampliar o olhar que a juventude tem sobre a violência da qual ela mesma é vitima, e ações para fortalecer as relações das comunidades, construir alternativas de promoção da paz e de outras relações sociais”.
Freitas falou também sobre as discussões e perspectivas do seminário nacional da campanha que estava em curso em Salvador e terminou no último domingo. “Muitas vezes a gente percebe a violência praticada pelos pequenos assaltos, a violência praticada entre os jovens, mas não percebe a violência praticada, muitas vezes, pelo próprio Estado. Então nós estamos planejando, para o ano de 2011, fortalecer as experiências comunitárias em que a própria juventude discute no seu espaço de vivência a sua realidade”, adiantou.
Gelinton Batista
Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens